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6. O Dilema da Campainha (Ou: Porque É Que os Humanos Abrem a Porta a Estranhos?)

  • Foto do escritor: Lara Alves
    Lara Alves
  • 18 de mai.
  • 3 min de leitura

O Inimigo Invisível (Ou: O Som Que Me Faz Saltar Do Sofá Como Uma Gatinha Assustada)

 

Ding-dong. 

 

Essas duas sílabas são o início de todos os meus pesadelos. A campainha toca, e os humanos, como cordeirinhos para o abate, correm para abrir a porta. A porta! O portal para o mundo exterior, repleto de perigos como… pessoas com chapéus e entregadores de caixas

 

A primeira vez, pensei que fosse um alarme de incêndio. Saltei para cima do frigorífico e derrubei um íman que dizia "O amor está onde há pizza". Dramático, eu sei. 

 

Os Três Tipos de Invasores (Segundo a Minha Teologia Felina) 

 

1. O Carteiro:

Um homem de uniforme azul, sempre a sorrir, como se entregar papelada fosse o auge da emoção. Cheira a envelopes e desespero. 

2. O Entregador de Pizza: 

Traz uma caixa quente que cheira a glória, mas os humanos nunca me deixam provar. Crime hediondo.

3. A Vizinha Sra. Gertrudes: 

Fofoqueira profissional. Fica a falar durante horas e bloqueia o meu acesso ao corredor. Inimiga pública número 1.

 

Estratégias de Sobrevivência (Ou: Como Enfrentar um Entregador sem Perder a Dignidade)

 

- Tática 1: Correr para a porta e bufar como um dragão em miniatura. 

  (Resultado: O entregador riu-se. Humilhação.) 

- Tática 2: Esconder-me atrás do Álvaro e atacar as calças dele "sem querer". 

  (Resultado: O Álvaro gritou "SALSICHA, PÁRA!" e a Lara filmou para o Instagram.) 

- Tática 3: Ignorar tudo e fingir que sou uma almofada. 

  (Resultado: Funcionou, até o Rodrigo entrar a ladrar e estragar o meu disfarce.) 

 

O Dia do "Amazon Prime" (Ou: A Caixa Que Mudou Tudo)

 

Um homem trouxe uma caixa gigante. Os humanos ficaram eufóricos. 

 

— É a nova secretária! — anunciou o Álvaro, como se "secretária" fosse algo mais emocionante que um rato de verdade. 

 

Eu, claro, inspecionei a caixa. Cheirava a cartão e promessas vazias. Decidi marcar território: arranhei-a, mordi um canto e deixei um pelo estratégico. 

 

— Salsicha, isso não! — disse a Lara, enquanto tirava uma foto para a história do WhatsApp. #GataDestruidora 

 

A Grande Revelação (Ou: O Que Realmente Está Dentro das Caixas)

 

Após semanas de investigação, descobri a verdade: 

 

- Caixa 1: Sapatos. (Porque é que precisam de mais? Já cheiram a queijo velho.) 

- Caixa 2: Um aspirador novo. (Trauma reativado.) 

- Caixa 3: Um arranhador para mim. (Finalmente, algo útil. Destruí-o em 2 horas.) 

 

Conclusão: Humanos colecionam tralha. Eu coleciono migalhas de respeito. 

 

A Moral Que Os Humanos Ignoram (Mas Eu Guardei Para Mim)

 

A vida ensinou-me que: 

 

1. Portas abertas trazem problemas. 

2. Caixas fechadas trazem mistério (e às vezes snacks). 

3. Humanos confiam demais em estranhos. 

 

Mas, vá, até entendo: sem entregadores, não haveria caixas para eu dominar. E sem a Sra. Gertrudes, não teria alguém para correr da sala quando me tenta acariciar. 

 

Equilíbrio, meus amigos. Equilíbrio. 

 

Continua... 

 


Próximo Capítulo: "Capítulo 7: A Noite em Que Fiquei Presa no Armário (Ou: Como os Humanos Não Sabem Contar Até 3)" 

Onde a Dona Rosa descobre que armários são prisões de madeira, que o escuro é um inimigo subestimado, e que os humanos são surdos como portas. 

 

😼 Nota da Autora: A Dona Rosa afirma que ficar presa no armário foi "um exercício de meditação profunda". Nenhum miado de pânico foi emitido. (Os vizinhos discordam.)

 
 
 

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Convidado:
18 de mai.

Gata assanhada

Nunca satisfeita.

Mas é gira, para gata!

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